terça-feira, 25 de julho de 2017

Neurologia - E os indianos... apesar da Índia, sempre surpreendendo o mundo...

Indiano toca violão durante cirurgia no cérebro



“La vrai porte de L Índe, ce n’est pas l’arc de triomphe planté en face du Taj Mahal Hotel, mais la rue des putes…”  (Muriel Cerv - em L'antivoyage)


Durante uma operação em seu cérebro, um músico indiano tocou violão para ajudar os médicos a tratarem corretamente seus espasmos musculares involuntários

Por Da Redação
access_time 21 jul 2017, 16h35 - Publicado em 21 jul 2017, 16h19 

Abhishek Prasad, de 37 anos, toca violão durante uma cirurgia no cérebro, em Bangalore, no Hospital Mahveer Jain, na Índia. (Mahaveer Jain Hospital/AFP)
Não é todo dia que vemos uma pessoa tocando um instrumento musical enquanto cirurgiões operam seu cérebro. Por isso, a imagem do músico indiano Abhishek Prasad tocando violão exatamente nessa situação não passou, nem poderia passar, despercebida. Segundo informações da rede britânica BBC, foram os próprios médicos que pediram que Abhishek tocasse.
O ato os ajudaria a identificar o circuito cerebral correto que eles deveriam “queimar” para tratar espasmos musculares involuntários que afetavam os dedos do paciente, problema popularmente conhecido como “distonia do músico”.

Distonia

distonia, condição que causa espasmos dolorosos além de movimentos de torção, repetição e postura anormal, impedia que Abhishek movesse os dedos médio, anular e mínimo (dedinho) da mão esquerda quando tocava violão. “Eu pensei que a rigidez fosse causada pelo excesso de prática. Eu tirei uma folga e tentei novamente, mas percebi que não houve alteração. Alguns médicos me disseram que era fadiga muscular e me receitaram analgésicos, multi-vitamínicos, antibióticos, fisioterapia etc.”, contou o músico.
Mesmo após alertar que os espasmos só aconteciam quando ele tocava violão, o diagnóstico correto só aconteceu quando ele se consultou com o neurologista Sharan Srinivasan, há nove meses. “Eu fui aconselhado a realizar a cirurgia, mas fiquei com medo. Mas meu médico me deu confiança para seguir em frente”, disse Abhishek.

Resultados imediatos

Srinivasan contou à BBC que fez uma abertura de 14 mm no crânio de Abhishek, pode onde foi inserido um eletrodo especializado dentro e a área alvo, que foi identificada com a ajuda de imagens de ressonância magnética, estava entre 8 e 9 cm de profundidade no cérebro. Como o cérebro “não sente dor”, o procedimento é feito apenas sob anestesia local, o que possibilitou o paciente a ficar acordado e tocar o instrumento durante a operação.
“Ele estava completamente acordado durante todo o procedimento e o resultado já estava disponível na mesa de operação, porque seus dedos começaram a se mover novamente no violão”, explicou o médico
“Após a sexta queimada, meus dedos de abriram. Eu estava normal já na mesa de operação”
O paciente afirmou que se recorda vividamente de cada detalhe do procedimento. Ele disse que inicialmente os médicos colocaram uma estrutura com quatro parafusos em sua cabeça para, em seguida, abrirem seu crânio e só depois realizar a ressonância. Conta ainda que, embora parecesse que um “gerador estava ligado” durante a operação, não sentiu dor.
Para Srinivasan, cirurgias do circuito cerebral em pessoas vivas são um um marco importante na Índia. “As pessoas com este transtorno neurológico geralmente se sentem deprimidas e se limitam a exclusão. Estes são os tipos de pacientes que precisamos alcançar”.

Outros casos

Essa não é a primeira vez que um músico toca um instrumento durante uma cirurgia cerebral. Em 2014, a violinista Naomi Elishuv, da Orquestra Sinfônica da Lituânia, se submeteu a uma operação para tratar um problema de tremor que o impedia de tocar o instrumento. Assim como no caso de Abhishek , Naomi foi operado acordado e os médicos pediram que ele tocasse durante o procedimento para que eles pudessem encontrar o ponto exato do problema e identificar a quantidade de estímulos elétricos necessária para curar o distúrbio. No decorrer do procedimento, o tremor diminuiu e a paciente recuperou a habilidade durante a operação.



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