domingo, 13 de junho de 2010

LAVABO INTER INOCENTES MANUS MEAS...

Brasília não é tão frívola e nem tão cabotina como se pensa. Neste final de semana – por exemplo – quem não quis ficar com os olhos voltados apenas para os acontecimentos lá do Fucker City ou na banca da esquina garimpando figurinhas para o Álbum da Copa (até um Ministro costuma freqüentar aquele hobby de possessos) teve a chance de ir ver a excelente exposição fotográfica da rumena Irina Ionesco.

Na política, além dos malditos dossiês, nenhuma novidade. O que esses voyeristas e espias desprezíveis esperam descobrir uns dos outros além daquilo que cento e noventa milhões de panacas já sabem? Como se esperava, os chacais voltaram. Estão todos de volta. Uns mais vorazes, outros com o pêlo mais esbranquiçado, outros com as unhas mais ameaçadoras. E aparecem na TV cada um com um discurso mais revolucionário e mais falacioso que o outro. Para que tenham uma idéia da inutilidade de suas palavras, há pelo menos uns quarenta anos que prometem construir banheiros públicos na cidade e até agora o populacho continua tendo que mijar nas árvores, nas paredes ou nas calças. Não lhes parece impressionante que apesar de termos tantos homens “sóbrios”, “cristãos”, “modestos”, “dedicados às causas sociais” e “honestos” continuemos numa pindaíba dessas e neste atraso cultural quase doentio? E por falar em toaletes, presenciei neste domingo a dois cozinheiros saindo da privada com suas máscaras e seus aventais brancos e indo diretamente para a cozinha e para as panelas sem se lavarem as mãos. E não pensem que era um restaurantezinho de beira de estrada. Não. Muitos empresários, madames com colares de mil Euros e chefetes de todas as laias se lambuzavam de picanhas entre aquele burburinho e aquele ranger de mandíbulas. Mesmo sendo incontáveis os que aqui na Capital da Republica têm a Pilatos como alter ego, em termos de higiene parece que ninguém gosta de lavar-se as mãos. Ou os infectologistas mentem e exageram a respeito dos vírus e das bactérias ou nós que comemos diariamente fora de casa estamos vivos por milagre.

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