quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ao invés da religião ser uma neurose, é a neurose que é uma religião


Aqueles que no domingo passado já ficaram perplexos e atordoados ao verem escrito na camisa de alguns jogadores: I love Jesus, e logo em seguida aquele bando de néscios de joelhos e de mãos dadas rezando no meio do campo, terão uma semana inteira de surpresas e de novas histerias com o funeral do frágil e pequeno camaleão. Aliás, pelas revelações que estão sendo feitas a seu respeito e pelo andar da carruagem seria bem melhor que o enterrassem logo se não quiserem que até seus fãs (essa legião de idiopáticos que contaminou o planeta) comecem a decepcionar-se. Acho até que deveriam sepultá-lo junto ao esqueleto do Elvis Presley para, além de turbinar o fanatismo, misturar de vez em quando as romarias e os rebanhos. Quanto aos gringos e suas tolas manias de amontoar ursinhos, bibelots, brinquedos, legendas luteranas, garrafas, velas, lágrimas, bíblias, juras de amor e outras bobagens no pórtico dos defuntos, não é novidade para ninguém que sempre trataram suas crianças como se fossem adultos (veja-se o consumo absurdo de ritalina entre eles) e seus adultos como se fossem crianças. Enfim, qualquer um que ainda não tenha sucumbido à bovinização coletiva sabe que o pobre Michael Jackson ao invés de um IDOLO é apenas um SINTOMA.

Ezio Flavio Bazzo

2 comentários:

  1. Ézio acho que o sistemão capitalista sempre inventou e fabricou seus ídolos para imbecilizar as populações.O Glenn Miller com sua orquestra animavam os soldados da II Guerra Mundial, com Marilyn Monroe rebolando nos palcos.
    Os Beatles e Rolling Stones animaram os soldados amerianos fumando maconha na Guerra do Vietã, e o resto da juventude mundial.
    E o Michael foi mais fantoche dos últimos 40 anos de alienação e modismo do nosso povo imbecilizado.
    Todos os artistas que vieram da gravadora Motown, não podiam falar de racismo e nem política: Stevie Wonder, Diane Ross, Marvin Gay. Aretha Frankim e tantos outros.
    Tanto que todos fizeram muito sucesso.
    Um abraço do Sergio Caldieri

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  2. sim, o sintoma da condição, mais medíocre e numerosa, de ser e estar no mundo: a neurose. condição autoconsciente. jamais alguém está alienado de sua própria neurose. a única difenrença histórica é que ela hoje viaja à velocidade das possibilidades da fibra óptica. todos os telepastores são parasitas de seu imenso rebanho. retroalimentação. nenhum ídolo ou deus tem algo de especial. a bovinização é o mero tornar a ser o que se é daqueles que a natureza produz desenfreadamente aos montes. nenhuma etnia, classe ou cultura está imune a isso. eis sua igualdade mais radical.

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